09/04/2019
Falta de recursos não afeta vendas de máquinas
Mesmo com o esgotamento de recursos para o financiamento de máquinas agrícolas, como o Plano Safra, Pronaf e Moderfrota, o mercado segue aquecido. Dados das fabricantes divulgados na quinta-feira, 4, pela Anfavea mostram que as vendas de equipamentos e máquinas cresceram 23,5% no primeiro trimestre contra igual período do ano passado, para 6,7 mil unidades. Os números se referem ao volume de vendas no atacado.
Em março, o volume superou as 3,7 mil unidades, salto de 31,6% contra fevereiro, cujas vendas fecharam em pouco mais de 2,8 mil máquinas e equipamentos. Sobre março de 2018, este total representa aumento de 7%.
O agronegócio continua puxando o setor para cima. Segundo o vice-presidente da Anfavea, Alfredo Miguel Neto, estima-se que o País terá sua segunda melhor safra de grãos da história, além dos preços das commodities, que seguem em alta, ajudando na rentabilidade do produtor. “Toda a soja desse ano, por exemplo, já foi vendida, impulsionada pela China – o que representa alta rentabilidade e acesso do produtor a mais bens de capital”, comenta.
O executivo também comemora o investimento anunciado para a ampliação do porto do Maranhão, que pode também servir de porta para o escoamento de grãos, atualmente concentrados nos portos do Sul e Sudeste. “Isso abre uma oportunidade para a redução do custo logístico no País”, aponta Miguel Neto.
No entanto, o vice-presidente da Anfavea alerta para a preocupação da entidade sobre a falta de recursos para o setor, uma vez que os disponíveis pelo Plano Safra, Moderfrota e Pronaf já estão esgotados.
“Estamos para realizar no fim deste mês a Agrishow, que é a maior feira de negócios do setor agrícola, e ela está vindo sem recursos disponíveis. É uma preocupação que já levamos ao governo”, revela.
Miguel Neto também cita outro problema a ser resolvido para o setor, que é o alcance da conectividade nos campos. “A Anfavea também vem discutindo com o governo sobre a importância da conectividade rural: sem ela, não há como desenvolver a agricultura de precisão. Se resolver conectividade e custo logístico, não tenho dúvida que o PIB brasileiro vai disparar.”
Embora o mercado interno siga aquecido, a produção de máquinas ainda registra queda no acumulado do primeiro trimestre, de 9,4%, para 10,8 mil unidades. O volume menor do que o registrado em mesmo período do ano passado se deve à menor demanda nas exportações, cujos volumes caíram 8,6% no período, para 2,6 mil máquinas e equipamentos. A Anfavea confirma que tal movimento de queda reflete o efeito da crise na Argentina.
Fonte: Automotive Business