08/08/2019
Evolução do Negócio Concessionária de Veículos
Congresso Fenabrave recebe liderança internacional sobre vendas de veículos
Charlie Gilchrist, chairman da NADA – associação que reúne o setor de distribuição dos Estados Unidos, e membro da ATD, American Truck Dealers apresentou a palestra de abertura do 29º Congresso Fenabrave.
Para o palestrante, independente das novas tendências em compartilhamento e mobilidade digitais que reestruturam o setor automotivo com todo, ainda haverá a necessidade da existência de concessionárias de veículos.
“A afirmação de que as pessoas não irão querer carros no futuro é falsa, vender carros ainda será essencial para o futuro da mobilidade”, comenta Charlie.
Mas o que esperar do futuro do transporte frente as novas tecnologias emergentes no setor automotivo, como carros elétricos, direção autônoma, serviços de compartilhamento e inteligência artificial.
Pesquisas realizadas pela Associação nos EUAs mostraram que as pessoas têm pouco interesse em não ter a posse do bem: apenas 9% são a favor de abrir mão do veículo. “Não subestime o valor da liberdade das pessoas que valorizam a independência de ir e vir”, disse Gilchrist.
Segundo o chairman, serviços de compartilhamento, que ele chamou de uberização, embora sejam práticos e úteis em várias ocasiões, ainda são considerados como um custo alto pelos entrevistados. Os números da pesquisa da NADA apontam que os gastos com o Uber podem custar US$ 1.119 por ano para uma pessoa que não tem carro. Ter o próprio veículo nos Estados Unidos pode representar 50% desse valor mensalmente.
Segundo o palestrante, caronas e uberização parecem ser a nova forma de mobilidade, no entanto para ele, o negócio venda de veículos está vivo, vai mudar mas não vai acabar, porém com um maior inserção no mundo digital.
“É necessário se adequar e estar preparado para a mudança do panorama da mobilidade, porque o futuro já chegou”, afirmou.
Se por um lado, as pessoas ainda vão procurar as concessionárias para comprar um carro, por outro, as ferramentas de vendas, marketing e principalmente de pós-venda já estão fazendo toda a diferença dentro do escopo do negócio e isso requer planejamento, investimento e novos profissionais.
Para Charlie, o coração do negócio das concessionárias não é o produto, são as pessoas. Seus dados apontam que só nos Estados Unidos, a introdução de novas tecnologias no setor de distribuição demandará a contratação de 76 mil pessoas por ano até 2026, incluindo profissionais da área técnica, TI, gerenciamento de dados e monitoramento. O distribuidor que utilizar as ferramentas corretas, ou seja agregarem produtos afins com o negócio terá vida longa.