23/08/2019
Financiamento de veículos deve continuar aquecido
Inadimplência em queda, taxa de juros idem, concessão de financiamentos em curva ascendente e participação do crédito no PIB retornando a bons patamares. Essa conjunção de fatores deve impactar de forma positiva o mercado brasileiro de veículos. Essa foi a reflexão feita por Rodnei Bernardino, diretor de veículos do Itaú Unibanco, em sua apresentação no Workshop Planejamento Automotivo ABPLAN 2020, realizado por Automotive Business na segunda-feira, 19, no WTC Events Center, em São Paulo.
Para Bernardino, trata-se de um panorama de mercado que corresponde de maneira bastante satisfatória ao acesso ao crédito. Mesmo com a população se comprometendo de maneira mais discreta com o consumo, o empreendedorismo faz a contrapartida necessária para que o segmento continue aquecido.
“Os próximos anos acenam para uma modesta melhora nos indicadores macroeconômicos, levando a uma tendência de redução da inadimplência dos clientes e das taxas de juros, movimento que faz ascender as concessões de crédito”, analisou Rodnei Bernardino.
Entretanto, é necessário acrescentar a esse contexto a jornada do cliente, como pensa e se comporta. A depender de como se apresentam a economia, a política e até situações de vida dos consumidores – que servem como gatilho para iniciar ou não o processo de comprar um veículo –, todo o planejamento financeiro do consumidor pode sofrer influência.
Na apresentação do diretor do Itaú Unibanco, a fotografia de hoje retrata que o início do processo de decisão de compra de um veículo é on-line e concluído rapidamente por 62% dos clientes; 70% deles pesquisam na internet onde achar a loja, vão até lá e acabam não retornando por descontentamento com o atendimento. O que se conclui disso é que se os clientes terminam o processo de compra na concessionária, o bom atendimento será crucial para a sua escolha.
A FORÇA DA MOBILIDADE COMO SERVIÇO
Entre as principais tendências consideradas nas projeções do Itaú Unibanco está a oferta de mobilidade como um serviço, com crescimento do mercado de compartilhamento de veículos ao ritmo de 35% ao ano, o que deve afetar diretamente o comércio de carros. Espera-se que a receita global com serviços de compartilhamento alcance US$ 6,5 bilhões em 2024, valor seis vezes maior que o registrado em 2015.
Nos Estados Unidos gerações mais novas já estão dispostas a trocar a posse do veículo pelo compartilhamento. Já no Brasil, por hora, as emissões de CNH estão sendo postergadas pelos mais jovens, mas contraditoriamente eles representam o maior crescimento na participação dos financiamentos. Em resumo: apesar da redução do número de carteiras de motorista emitidas, consumidores com idades entre 18 a 35 anos apresentaram alta significativa de 26,6% na tomada de crédito para comprar carros.
Fonte: Automotive Busines